Depois da aliança Damasco-curdos, a Síria pode bem ter sido a maior derrota da CIA desde o Vietnã – diz Pepe Escobar.
O que está acontecendo na Síria, depois de mais um acordo bem-sucedido negociado pela Rússia, é evento geopolítico de consequências gigantesca, desses eventos que viram o jogo. Tentei resumi-lo num só parágrafo, como segue:
“É vitória quádrupla. Os EUA conseguem saída que lhes salva a cara, a qual Trump pode vender como meio para evitar conflito com A Turquia, aliada dos EUA na OTAN. A Turquia obtém a garantia – dada pelos russos – de que o Exército Árabe Sírio controlará a fronteira turco-síria. A Rússia impede que a guerra escale, e mantém vivo o processo de paz Rússia-Irã-Turquia. E a Síria, com o tempo, alcançará novamente o controle sobre todo o nordeste.”
A Síria é provavelmente a maior derrota da CIA desde o Vietnã.
Mas isso ainda não é nem o começo da história toda.
Permitam-me esquematizar rapidamente, em traços históricos amplos, o que temos aqui.
Começou por uma intuição que tive mês passado, na tríplice fronteira de Líbano, Síria e Palestina Ocupada; depois foram várias conversas que tive em Beirute com analistas de primeira qualidade, libaneses, sírios, iranianos, russos, franceses e italianos; somadas ao que aprendi de minhas viagens pela Síria desde 1990s; mais um mix de bibliografia selecionada em francês, que encontro na livraria Antoine, em Beirute.
As Vilayets
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